Apesar de as mulheres modernas saberem quase tudo sobre a concepção, o desenvolvimento de uma criança no ventre e o parto, isso continua sendo algo semelhante a um sacramento, algo incompreensível e sagrado.
O propósito de uma mulher no início do século passado era criar conforto na casa, dar à luz filhos e cuidar deles e de seu marido. E se as mulheres modernas em trabalho de parto estão sob a supervisão constante de especialistas qualificados, ginecologistas e obstetras, então suas bisavós não faziam ideia de que a gravidez e o parto precisavam de controle ou da presença de um médico. A família, via de regra, era numerosa, principalmente entre camponeses e operárias, o parto era um processo natural e ocorria, na melhor das hipóteses, na presença de uma dita parteira. Na maioria das vezes, as parteiras se tornavam mulheres viúvas que eram forçadas a alimentar seus filhos de alguma forma e, como não podiam fazer mais nada, ajudavam as mulheres em trabalho de parto. Todas as regras relacionadas ao curso da gravidez e do parto relacionavam-se mais à superstição, mas não à medicina, e as condições em que pareciam antes da revolução praticamente nada tinham a ver com as modernas.
Regras de conduta para uma mulher grávida no início do século 20
A gravidez era considerada uma bênção dada de cima, e a mulher tinha que se comportar de acordo, ou seja, não cometer atos impróprios, para não causar a ira de Deus contra a criança e ela mesma. Segundo os signos, o pecado, o trabalho nas férias ou o artesanato podem fazer com que a criança se enrosque no cordão umbilical no útero ou durante o parto, ou fique coberta por feias marcas de nascença. Era terminantemente proibido cortar o cabelo, visitar a casa onde se preparava o funeral e pendurar a roupa lavada. Porém, também era impossível ser preguiçoso, e a futura mãe fazia trabalhos simples em casa e até no campo. Além disso, a gestante deve orar incansavelmente para ser aliviada do fardo com facilidade e sem prejudicar a si mesma, a criança.
Como foi o nascimento
As mulheres daquela época não tinham medo do parto, já que desde a infância muitas delas tiveram que observar involuntariamente esse processo. Nas famílias pobres, davam à luz em casa, que consistia em um ou dois cômodos, e as crianças menores, principalmente as meninas, muitas vezes tinham que ajudar a parturiente. Se houvesse oportunidade, uma parteira era convidada, que dava todo o suporte possível - aliviava a dor com o auxílio de tinturas de ervas ou compressas, dizia à mulher a ordem das ações e pegava o bebê, cuidava para que ele não caísse, cortasse o cordão umbilical. Por algum tempo após o nascimento da criança, a parteira veio à casa da parturiente, acompanhou seu estado e a saúde do bebê. Mas, na maioria dos casos, as mulheres lidavam com as próprias forças e com a ajuda de parentes, às vezes até no campo ou celeiro, onde eram apanhadas no momento do início do parto.