A palavra "superstição" é traduzida do idioma eslavo da Igreja como "fé vã, vã". Assim, o próprio nome desse fenômeno enfatiza sua falta de sentido, mas isso não impede que muitas pessoas levem muito a sério presságios e outras superstições.
Todo mundo está familiarizado com as superstições em um grau ou outro. Até uma pessoa educada pode perceber - pelo menos como uma piada: "O gato preto cruzou a rua, agora não vai haver sorte." Tem gente que é mais séria. Eles podem até fornecer evidências: "Minha mão direita coçou no mês passado e ganhei o prêmio."
Na verdade, as mãos das pessoas coçam com mais frequência do que recebem bônus, presentes ou outro "lucro", que se acredita pressagiar coceira na palma direita. Mas se nada aconteceu, então não há nada para lembrar, e o presságio que se tornou realidade será lembrado com certeza. Porém, mesmo neste caso, uma pessoa supersticiosa não pensará sobre que conexão pode existir entre fenômenos que estão tão distantes um do outro.
A origem da superstição
As origens dos signos devem ser buscadas no pensamento mitológico. Esta antiga forma de percepção humana do mundo é um "mundo" especial onde operam leis peculiares.
O principal princípio de formação do sistema deste mundo é a divisão do espaço em "nosso", associado à casa, e "alienígena", habitado por monstros e espíritos. O contato dos espaços é visto como um perigo, e tudo o que pertence à área "estranha" não inspira confiança. Daí vem, por exemplo, a proibição de passar pela soleira e de limpar a casa quando alguém próximo está a caminho.
Mesmo em "seu" espaço, sem falar no "estrangeiro", o homem antigo estava rodeado por numerosos espíritos - maus e bons. O mal pode fazer mal, o bem pode punir se as pessoas os irritarem. Para evitar que isso aconteça, os espíritos deveriam ser apaziguados com sacrifícios. Isso foi feito, por exemplo, na mudança para um novo local - afinal, eram seus próprios perfumes. Um eco distante de tais sacrifícios é a crença de que um animal de estimação deve ser o primeiro a entrar em um novo apartamento.
Os espíritos podem se esconder sob o disfarce de animais, então as pessoas supersticiosas ainda têm medo de gatos pretos. Se você não consegue se dar bem com os espíritos, precisa pelo menos tentar enganá-los. É por isso que desejavam ao caçador "sem penugem, sem pena" - deixe os espíritos pensarem que ele não iria caçar e não interfira com ele.
E, por fim, o princípio fundamental do pensamento mitológico e mágico: semelhante gera semelhante. Daí surge um grande número de indícios: o costume de abrir baús e desatar os nós quando há uma parturiente em casa, a crença de que uma mulher com o balde vazio traz azar (foi em vão, "em vão") e até mesmo o hábito dos alunos modernos de colocar um suéter "feliz" para o exame, no qual uma vez passei com sucesso.
Psicologia da superstição
O homem moderno não pode mais perceber o mundo pelo prisma do pensamento mitológico, mas seus fragmentos na forma de superstições continuam vivos. Sua incrível vitalidade se deve ao fato de que dão à pessoa a ilusão de administrar uma situação onde a realidade lhe dá o poder do acaso. Não é à toa que as pessoas mais supersticiosas são pilotos, marinheiros e artistas: os caprichos do tempo são tão imprevisíveis quanto a reação do público. Os amantes do jogo, que são inteiramente baseados nas chances, também terão muitos sinais.
A superstição, portanto, pode desempenhar o papel de uma espécie de "muleta" psicológica, mas a muleta ainda é uma afiliação do aleijado. A partir de uma tentativa de ganhar confiança, um supersticioso se vê à mercê de ainda mais medos: no dia 13, um espelho quebrado, sexta-feira, um talismã perdido antes de negociações importantes - tudo irá prenunciar algo ameaçador, tudo será desfeito.
As superstições, sem dúvida, interessam do ponto de vista histórico, como um "elenco" de uma percepção longínqua do mundo de ancestrais distantes. Mas o homem moderno não usará um machado de pedra ou vestirá peles de animais mal processadas! A superstição "experimentar" também não vale a pena.