O significado da frase fraseológica "esfregar nos óculos" e do substantivo "lava-olhos" derivado dela está associado a fraude, engano para obter qualquer benefício.
Para o homem moderno, a palavra óculos, em primeiro lugar, é associada a um dispositivo óptico usado por pessoas que sofrem de miopia ou hipermetropia. Esses vidros devem ser limpos regularmente, mas é muito difícil imaginar como eles são "esfregados" e por que enganadores e fraudadores deveriam fazer isso.
Versões de origem
Algumas hipóteses que explicam a origem desta unidade fraseológica realmente a conectam com óculos - um dispositivo óptico. Supõe-se que esta expressão tenha nascido simultaneamente com a unidade fraseológica "Aldeias Potemkin": a suposta Imperatriz Catarina II não percebeu que as aldeias "felizes e abundantes" que G. Potemkin lhe mostrou eram falsas, pois tinha uma vista deficiente, e nem mesmo os óculos podiam ver bem. Essa explicação pode ser atribuída mais à categoria dos mitos etimológicos do que ao número de teorias científicas sérias.
Outra hipótese, também relacionada à correção da visão, inspira mais confiança. No século 14, os vidros eram bastante comuns na Europa. A demanda deu origem ao fornecimento, e havia muitos fabricantes e revendedores de óculos que tinham muito pouco conhecimento sobre a correção da visão. Eles não podiam fazer nem selecioná-los corretamente para uma pessoa específica, mas eram bons em vender óculos para clientes crédulos - isso era o que se chamava de "vidros para esfregar".
Mas mesmo essa hipótese não explica por que os óculos são "esfregados".
Pontos e jogos de azar
A hipótese mais convincente parece ser a de que deriva o fraseologismo "óculos de sol" do jargão dos jogadores. Neste caso, não estamos falando de óculos - um dispositivo óptico, mas de um jogo de cartas chamado "ponto". Neste jogo, cada carta tem um determinado valor, que é expresso em pontos: ás - 11 pontos, rei - 4 pontos, rainha - 3 pontos, valete - 2 pontos, o valor das outras cartas era determinado pelo número de sinais, que também eram chamados de pontos.
Jogadores desonestos desenvolveram tal "prestidigitação" que conseguiram colar ("esfregar") um sinal de ponto extra na carta ("esfregar" nela) durante o jogo, sem serem notados por seus parceiros. Graças a isso, o seis, por exemplo, se transformou em sete, seu valor aumentou, ajudando o trapaceiro a ganhar desonestamente o equilíbrio do jogo. Essa fraude de cartão foi chamada de "óculos de proteção".
Como sempre acontece com as frases estáveis, essa rotatividade foi perdendo gradativamente o sentido original, adquirindo um sentido mais geral - passaram a denotar qualquer trapaça no jogo de cartas, nem sempre associada à colagem de sinais desnecessários. Posteriormente, as fraudes em geral, inclusive as não relacionadas ao jogo, passaram a ser denominadas "eyewash".