O grupo terrorista Haqqani Network começou a aparecer em relatórios de agências de inteligência que operavam no Afeganistão e no Paquistão de 2004-2005. O nome da rede está associado ao nome do comandante de campo Jalaluddin Haqqani, que lutou contra as tropas soviéticas.
Durante a estada das tropas soviéticas no Afeganistão, Jalaluddin Haqqani foi um comandante de campo famoso, ele foi apoiado pela Agência Central de Inteligência dos EUA, fornecendo assistência financeira.
Após a retirada das tropas soviéticas, a guerra civil no Afeganistão continuou. Haqqani esteve envolvido em várias operações importantes, sua autoridade cresceu significativamente. Em 1992, ele participou das negociações de paz entre as partes beligerantes, depois se tornou Ministro da Justiça do Afeganistão e ocupou o cargo por quatro anos.
Após a captura de Cabul pelo Talibã em 1996, Haqqani desertou para o seu lado e foi nomeado Ministro das Fronteiras. Na prática, isso levou ao fato de que ele controlava completamente a província de Paktia, que abrigava os campos de treinamento da Al-Qaeda que mais tarde foram destruídos pelos americanos. Após o início da operação dos EUA contra o Taleban, Haqqani passou a comandar suas forças armadas, mas não conseguiu resistir aos invasores. O Taleban foi derrotado, Haqqani começou a travar uma guerra de guerrilha e logo foi apontado pelos americanos como um dos seis terroristas mais procurados do Taleban.
As ações de Haqqani contra as forças do governo e o exército dos Estados Unidos foram muito bem-sucedidas, desde meados dos anos 2000, relatórios do Afeganistão começaram a mencionar a "Rede Haqqani", o que indicava o aumento da influência deste senhor da guerra. Desde 2006, junto com Haqqani, seu filho Sirajuddin (Siraj) está à frente da rede. Desde 2007, era Siraj quem governava o grupo devido à deterioração da saúde de seu pai. Estreitamente afiliado ao Talibã, o grupo terrorista Haqqani operou de forma independente e nunca se submeteu a ninguém.
Logo, a liderança da “Rede Haqqani” já incluía vários membros da família de seu fundador e uma série de comandantes de campo, o grupo controlava várias províncias do Afeganistão. Desde 2008, o grupo começou a usar homens-bomba suicidas para realizar ataques terroristas, as autoridades dos EUA começaram a considerá-los como a maior ameaça às tropas americanas no Afeganistão. De acordo com os serviços de inteligência, o número de integrantes da rede em 2010 variou de 4 a 15 mil pessoas. Era difícil estimar com mais precisão o número de militantes devido à natureza fechada do grupo.
Desde 2008, o filho do fundador do grupo, Siraj Haqqani, foi incluído pelos Estados Unidos na lista dos terroristas e, desde 2009, foi anunciada uma recompensa de US $ 5 milhões por informações sobre ele. Nos anos seguintes, Nasiruddin Haqqani, Khalil al-Rahman Haqqani e Badruddin Haqqani foram adicionados à lista de terroristas.
Por muito tempo, as autoridades norte-americanas não ousaram incluir oficialmente a "Rede Haqqani" no número de grupos terroristas, pois ainda esperavam chegar a um acordo com os líderes de tão influente movimento. Os serviços de inteligência do país até mantiveram reuniões com representantes da rede, mas não chegaram a acordo.
A situação finalmente se esclareceu em setembro de 2011, quando terroristas da Rede Haqqani atacaram o quartel-general das forças da OTAN e a embaixada dos Estados Unidos em Cabul. 16 pessoas foram vítimas do ataque. Ficou claro que não seria possível chegar a um acordo com os terroristas e, em setembro de 2012, foi anunciado que os Estados Unidos haviam acrescentado a Rede Haqqani à lista de grupos terroristas.
