A fé é uma crença subjetiva na verdade de algo que não está relacionado a um fundamento lógico. A corroboração factual pode ocorrer, mas pode não ser, isso não afetará a fé de forma alguma.
Não é tão fácil determinar o lugar da fé na atividade mental de uma pessoa. Ela tem características intelectuais, representando um tipo de crença, e emocionais. Do ponto de vista da esfera emocional, a fé pertence à categoria dos sentimentos superiores, porque é constante, não situacional.
A fé é um dos sentimentos mais fortes. O Evangelho de Mateus diz: "Se você tiver uma fé do tamanho de um grão de mostarda, e diga a esta montanha:" vai daqui para lá ", e tudo vai passar." A eficácia da fé está na influência que exerce sobre a motivação e, portanto, sobre a atividade, razão pela qual a fé na vitória é tão importante no esporte e na guerra.
Fé e evidência
A fé não apenas não precisa de provas - seria mais correto dizer que onde a prova começa, a fé termina. Por exemplo, desde o tempo de Tomás de Aquino até o presente, foram feitas tentativas para provar a existência de Deus. Todos eles invariavelmente se revelam em vão, mas mesmo que fosse possível provar esse postulado, seria de pouca utilidade.
Talvez a evidência tivesse convencido os descrentes, mas isso seria uma convicção, não uma crença - não haveria nenhum componente emocional, portanto, não haveria motivação poderosa para a vida cristã, nem base para um relacionamento sincero com Deus. Os crentes não precisam de provas: se uma pessoa está procurando por provas, isso significa que ela não está particularmente firme na fé.
O escopo da fé
Tradicionalmente, a fé está associada à religião, essas palavras são até usadas como sinônimos, falando de "fé cristã" ou "fé muçulmana". Na verdade, na religião, a crença em Deus desempenha um papel fundamental, mas não apenas os dogmas religiosos podem ser considerados óbvios.
Por exemplo, um astrônomo ou físico pode fornecer evidências de que a Terra gira em torno do Sol, e não o Sol em torno da Terra - nesta forma, seria uma declaração com base científica. Mas uma pessoa que está longe da ciência pode não conhecer as provas, e para ela toda a "justificativa" se reduzirá ao pensamento: "Isso foi provado por N. Copérnico e G. Galileu". Nesse caso, uma pessoa assume a verdade científica com base na fé, curvando-se à autoridade da ciência.
O papel da fé também é grande nas relações humanas. Ela permeia todos os níveis da organização da sociedade, atuando como um princípio de vínculo e cimentação: se o marido deixa de acreditar na esposa, a família desmorona; se o povo deixa de acreditar no governo, o Estado desaba.
A fé é uma manifestação verdadeiramente humana, não característica de nenhum outro animal, porque surge na interseção da razão e dos sentimentos.